Nesta coleção abandonei a consistência em favor da singularidade e da expressividade. Cada cartaz foi concebido para ser o mais diferente possível um do outro, não necessariamente como um objetivo em si, mas como um meio de enriquecer a linguagem visual. Abordei esta coleção com duas coisas claras em mente: por um lado, aprenderia e experimentaria diferentes técnicas. Em segundo lugar, eu seria absolutamente livre em relação à estética. No sentido de que não me restringiria de forma alguma tentando ter um sentido coeso de identidade na própria coleção. Esta é uma coleção sobre as infinitas possibilidades de expressão que residem dentro de nós. Geralmente, eles se revelam para nós durante o sono.
No que diz respeito ao pós-processamento, do ponto de vista técnico, esta coleção é também uma expressão da minha jornada pelas texturas. Tenho experimentado muito diferentes tipos de texturas, desde meios-tons até ruídos e tudo mais. Câmera analógica, filme, papel e todo tipo de sobreposição “grunge” também.
Outro ponto interessante desta coleção é a introdução de elementos visuais aparentemente aleatórios em algumas composições. Aparentemente, mas não completamente, pois estabelecem relação simbólica com o tema/conceito de cada peça. Simplesmente não é tão aparente como seria em outras peças. Tenho gostado de experimentar a ideia de aleatoriedade. A ideia de que nem todos os elementos presentes em uma boa peça de design gráfico precisam ser 100% pensados ao máximo. Deve sempre haver espaço para aleatoriedades ocasionais, imperfeições e aparente falta de conjunção ou relacionamento. Isso nos permite estranhar o que vemos bem na nossa frente. Acredito que só desenvolvemos o nosso próprio pensamento crítico se estranharmos o mundo que nos rodeia. Ao passarmos por esse processo, estranhamos e, eventualmente, desenvolvemos, nosso próprio senso de identidade.